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30 dezembro 2010

29 dezembro 2010

Poderá o desespero justificar que uma mãe mate um filho?


BLOGUE A VIDA DE SALTOS ALTOS



Poderá o desespero justificar que uma mãe mate um filho?

Brasil: mãe atira recém-nascido de muro de dois metros; Londres: mãe mata filha de quatro anos em ritual muçulmano; Sintra: mãe afoga bebé na Ribeira da Lage. Haverá justificação para isto?

Paula Cosme Pinto (sapato nº38) (www.expresso.pt)

11:24 Quarta feira, 29 de Dezembro de 2010


Todos os meses casos de mães que matam os filhos chegam às páginas do jornais


Vadim Ghirda/AP


Não tive uma educação religiosa - aliás, os meus pais, pode-se dizer, são no mínimo pouco católicos -, mas houve uma frase que sempre ouvi e assimilei: quem nunca pecou que atire a primeira pedra. É certo que o medo e o desespero podem levar-nos a fazer coisas totalmente irracionais. Mas poderão estas duas palavras eternamente justificar atos hediondos como o homicídio de uma criança?


Fui uma das muitas pessoas que ontem (ainda) ficaram de boca aberta ao ler a história do bebé recém-nascido atirado de um muro de dois metros de altura . Sobreviveu. Mas que lesões físicas sofrerá para o resto da vida, ainda não se sabe. Se tivesse sido simplesmente pousado à porta de uma qualquer casa, esta questão nem se punha.


Infelizmente, as notícias de crianças assassinadas pelas próprias mães são cada vez mais comuns e já não nos surpreendem. Contudo, ontem não pude deixar de parar para pensar. Numa breve pesquisa de notícias, apenas das últimas semanas (!), encontrei casos semelhantes um pouco por todo o mundo: "Coreia: mãe mata filho para continuar a jogar online"; "Sintra: mãe afoga bebé de dois anos na Ribeira da Lage"; "Colômbia: mãe mata filho 'bagunceiro' à panelada"; "Londres: mãe mata filha de quatro anos em ritual muçulmano". Estes títulos incomodaram-me e fui em busca de respostas.


Homicídio altruísta?
Dizem os psicólogos que em situações de desespero existem os chamados "homicídios altruístas", em que a mãe mata o próprio filho para evitar que este venha a sentir o mesmo sofrimento que ela tem no momento. Há também quem defenda que na fase pós-parto o infanticídio acontece muitas vezes porque a mulher não tem capacidade de avaliar os próprios atos. Depois, há as perturbações emocionais, os fanatismos religiosos, o desespero, o medo... Mas onde fica o tal amor de mãe no meio disto tudo?


Numa tentativa de mistura equilibrada entre racionalidade e romantismo, vejo a maternidade como o meu sonho supremo. Talvez por isso, e moralismos à parte, eu não consiga nunca aceitar o sofrimento deliberado de uma criança (e nem me vou alongar a tocar no tema "pedofilia" porque este texto acabaria com umas 20 páginas de veneno à la Cosme Pinto cuspido em letras garrafais). Mesmo não gostando de atirar a dita primeira pedra, há atos que, desculpem-me a frieza, não se justificam.


Dizem que o amor de mãe é incondicional e eu acredito que sim. Em tudo na vida, cada caso é um caso. Mas será que estas mulheres, que mataram os filhos com as próprias mãos, algum dia o sentiram? Alguém que me responda.

in jornal " Expresso"

Katy Perry é a mulher mais sexy de 2010 - dn - DN

15 dezembro 2010

O Signo Caranguejo



4º Signo do Zodíaco
O seu elemento: Água
A sua estação: Verão
O seu regente: A Lua, deusa da Noite e da Fecundidade
O seu metal: Prata
As suas pedras: Esmeralda
As suas cores: Amarelo

..A Ti, Caranguejo, atribuo a tarefa de ensinar aos homens a emoção. A minha ideia é que provoques neles risos e lágrimas, de modo que tudo o que eles vejam e sintam, desenvolvam uma plenitude desde dentro. Para isso, Eu Te dou o Dom da Família, para que a Sua plenitude me possa multiplicar. "

É o mais sensível, romântico e divertido de todos os signos. É bondoso, afectuoso. Gosta de atenção, de se sentir apreciado e amado. A imaginação é a sua arma. Foge da fama e da exposição pública. É cauteloso, raramente cai em armadilhas, pois todos os passos que dá são seguros. Perde muito tempo a pensar nos erros que cometeu e na forma de os evitar. Quando está apaixonado envolve-se a cem por cento.

Este é o signo da família! Eles adoram a sua família e estar rodeado por ela. A família pode ser os amigos. Divertem-se imenso ao realizar encontros e jantaradas em sua casa. São anfitriões fantásticos. Tudo o que lhes é conferido para fazerem, é feito. Seja de que maneira for. Os Caranguejos evitam a abordagem directa, detestam pedir o que quer que seja. Contudo, conseguem levar as pessoas a fazerem o que querem. Apelam ao lado emocional, vão por atalhos e outros caminhos, mas acabam por conseguir o que querem. Mas não o fazem com maldade, aliás, são pessoas muito carinhosas, inofensivas, tudo o que fazem na vida fazem-no do coração!

Apesar de muito sentimentalistas, os Caranguejos vão fazer de tudo, o possível e o impossível, para não se tornar prisioneiro dos seus sentimentos. A sua vida vai ser o mais secreta e misteriosa possível. Esta necessidade de sigilo sobre a sua vida dura até encontrar alguém em quem possa confiar. Não magoem os Caranguejos! Uma vez magoados escondem-se na sua “concha” e muito dificilmente voltam a sair. A nível sentimental são muito complicadas. Ora são amáveis ora são rudes, mas toda esta antipatia e frieza, só serve para se esconderem da sua própria insegurança.

Não aceitam críticas, nem as construtivas. Não têm capacidade de encarar os comentários, pensam sempre que lhes estão a fazer um ataque pessoal e, em vez de usar essas críticas para crescer, aperfeiçoar e melhorar, encaram-nas com mau ímpeto.

Podem contar com os Caranguejos para o que for preciso. Eles serão os primeiros a ajudar!

Preferem seduzir a ser seduzidos, adoram os joguinhos de sedução. Poucos são os que conseguem resistir aos encantos destes nativos. Muito charmosos e com um sexto sentido muito apurado, os Caranguejos “adivinham” sempre o que o parceiro quer e deseja, por isso, são uns amantes excepcionais.

Surpreendam estes nativos e eles ficarão eternamente apaixonados.

Estes nativos têm uma grande capacidade de liderança e de trabalhar em equipa. São extremamente trabalhadores e dedicados.


Tem uma visão da vida bastante sonhadora e age muito de acordo com a sua intuição e impressão que capta. Aliás, a sua forte intuição, é bastante útil quando é necessário tomar determinadas decisões. Conselheiro e bom ouvinte, adora receber carinho e atenção, necessitando de tranquilidade emocional para que se sinta pertencer a si mesmo.

O nativo de Caranguejo é o mais carente de todos os signos do Zodíaco e emociona-se até às lágrimas com as mais pequenas belezas e infelicidades da vida.

Eterna criança, o nativo de Câncer encara o sexo como uma deliciosa festa, divertida e educativa. Regido pela Lua, odeia a grosseria, que fere sua imensa sensibilidade. A entrega pode ser total, desde que seja feito com muito carinho, salpicado de juras de amor eterno. Aliás, o canceriano dificilmente consegue separar o envolvimento sexual do envolvimento afectivo. Sente-se usado e no dia seguinte sobra um gosto amargo na boca.

 
Não deixo de reparar que certas coisas me fascinam no mundo cósmico, os signos é mais uma delas. Assim sou eu...despida de formalismos...
 

28 novembro 2010

Para Meditar!

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos!

Precisa-se de matéria prima para construir um País


Eduardo Prado Coelho - in Público

 A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhãoque foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particularesdos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útilpara os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe médiae beneficiar alguns.
- Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentadafinge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carroe não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.


Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começaa ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.


E você, o que pensa ?... MEDITE !

EDUARDO PRADO COELHO

Parque Escolar vai cobrar 50 milhões em rendas em 2011 - Portugal - DN

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07 novembro 2010

Novos Escravos

Um artigo interessante e preocupante.

Vende-se Gente Aqui

Susana Coroado (www.expresso.pt)


13:39 Sexta feira, 5 de Novembro de 2010

O tráfico usa pessoas como mercadoria e despoja as vítimas dos seus direitos, negando-lhes uma existência como seres humanos. (Veja o vídeo no final do texto)

Os agressores não traficam seres humanos. Traficam objectos, cuja venda ou exploração gera lucros em seu benefício, não importando se são drogas, armas ou pessoas. Se dá lucro, tanto melhor, se são seres humanos, pior para eles. São apenas mercadoria transaccionável. Uma ou várias vezes. Podem passar por diversas mãos, vários donos, diferentes locais consoante as "necessidades do mercado".
Esta é uma das mais dramáticas características deste crime: a desumanização do outro, do seu semelhante, por parte dos traficantes. Estes não olham para as pessoas traficadas como seres iguais a eles. Ao retirar os documentos às vítimas para evitar que fujam, os traficantes negam-lhes uma existência enquanto cidadãos de plenos direitos e a protecção de que gozam enquanto tal. Mas mais do que a cidadania, não lhes é reconhecida a existência enquanto seres humanos, a capacidade de sentir e pensar, de ter sonhos, autonomia e dignidade, de manterem relações familiares e sociais. Por vezes, são mesmo ignoradas as suas necessidades fisiológicas ou médicas. Afinal, são apenas objectos.
As vítimas perdem autonomia e capacidade de decisão. Ao contrário de uma prostituta, que vende o corpo por sua livre vontade, ou de um trabalhador que, em situação precária, pode abandonar o emprego, uma vítima de tráfico não tem opções. Tem a sua vida e possivelmente a dos seus entes queridos ameaçadas, os movimentos controlados e muitas vezes encontra-se até aprisionada. Não pode decidir se fica ou se vai embora, não pode recusar o que a mandam fazer, por mais abjecto que lhe possa parecer.
O tráfico de seres humanos desumaniza as vítimas por não lhes ser admitida uma existência como indivíduos, mas desumaniza também traficantes e cúmplices, por não terem compaixão e respeito pelo seu semelhante, características igualmente fundamentais de um ser humano. Este crime é apenas mais uma expressão do lado negro de uma economia que procura o lucro máximo a custo mínimo, de um consumismo desenfreado que não pára para reflectir no seu próprio custo humano, uma sociedade de tal modo individualista que já não se revê no próximo.



in jornal "Expresso"

Golfinho bebé encanta no estuário do Sado

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in jornal "Expresso"

Número de alunos que almoçam na escola cresce 30% - Portugal - DN

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04 novembro 2010

Uma boa medida... se for aplicada... claro!

A partir de Janeiro

Governo acaba com acumulação de pensões com vencimentos.

 
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29 agosto 2010

Dois anos de vida

É, já passaram dois anos desde que criei este blog. Para celebrar este momento, aqui fica um vídeo com uma das actrizes que mais gosto.

17 maio 2010

A Marca Encarnada

Hoje é Sábado: Benfica, o poder da marca encarnada
15 Maio 2010 20:00
Colocado por: Alex Pais


“Compra-me para o miúdo uma camisola do Benfica.


Nós em casa somos todos Benfica”


A marca encarnada


O que une a TAP, a água do Luso, os CTT, as cervejas Sagres e Super Bock, a RTP, os cafés Delta, a Caixa Geral de Depósitos, o atum Bom Petisco ou o Correio da Manhã ao Benfica? São tudo marcas de grande projecção nacional, talvez as maiores, tão conhecidas dos portugueses como as palmas das suas mãos. Mas há uma, e só uma, capaz de mobilizar clientes, aos milhares, mesmo aos milhões, por todos os cantos do mundo – e essa marca, goste-se ou não, ame-se ou odeie-se o fenómeno desportivo e particularmente o futebolístico, chama-se Sport Lisboa e Benfica.
Estive há dias em Cabo Verde e fui uma vez mais confrontado com uma dura realidade: de um lado, a abastança dos turistas que, tudo tendo, se dão ao luxo de tudo desperdiçar e, do outro, a extrema pobreza dos empregados, que pouco têm. Esse contraste torna-se ainda mais chocante num resort de regime tudo incluído, em que a toda a hora se estraga comida como se de um bem excedentário se tratasse.
Os trabalhadores do hotel, algumas centenas de privilegiados numa ilha pobre e com escasso emprego, moram em casas modestíssimas no interior inóspito e desinfraestruturado. E ao largarem os seus turnos de serviço são rigorosamente revistados, estando impedidos de transportar qualquer alimento para fora das instalações patronais.
Tentei saber as razões de tão absurda proibição e um quadro superior da unidade, a título privado, deu-me uma pequena lição de gestão hoteleira. Quando se deixa o pessoal levar a comida em excesso para casa, a tendência é para ir garantindo sobras cada vez maiores, escondendo-as na cozinha e não as colocando à disposição dos hóspedes. E então lá se vai a fartura e a qualidade de vida, os clientes fogem, o negócio arruina-se e as barrigas, que generosamente se compuseram, ficam desempregadas. Triste lógica, esta.
Os contactos com os turistas estão também condicionados. Simpatia, respostas afáveis, mas inexistência de iniciativa dos locais para iniciar uma conversa. Assim, só por acaso a minha filha conseguiu falar com uma jovem cabo-verdiana, que trabalhava nos quartos e que aproveitou a ausência da supervisora para pedir: “Tu é que me podias mandar, de Lisboa, umas roupas para o meu filho, que tem 5 anos. Ele anda bem arranjado, mas eu queria umas coisas mais bonitas, que tu tens lá em Portugal. Amanhã, dou-te euros...”
O pedido foi imediatamente aceite: “OK, mas guarda o teu dinheiro.” Faltava um pormenor: “Compra-me ainda, para o miúdo, uma camisola do Benfica, em casa somos todos Benfica.” E desabotoou a farda, exibindo uma camisola encarnada com a marca registada que desconhece fronteiras.
Observador, crónica publicada na edição impressa da Sábado de 13 maio 2010


Artigo retirado do Jornal Record de 13/05/2010, publicado no Blog Quinta do Careca por Alexandre Pais

25 abril 2010

25 de ABRIL DE 1974



Sabe sempre bem recordar esta música.

BENFICA - CAMPEÃO EUROPEU DE FUTSAL

foto MáRIO CRUZ/LUSA


Benfica campeão europeu de futsal
20h43m
Norberto Sousa
O Benfica sagrou-se, hoje, domingo, campeão europeu de futsal, ao derrotar, na final da UEFA Futsal Cup, os espanhóis do Interviú Madrid, por 3-2, após prolongamento, depois de uma igualdade a dois golos no final do tempo regulamentar.
As águias, comandadas por André Lima, alcançaram o maior feito do futsal português, vencendo a fase final da principal prova europeia de clubes, que teve o Pavilhão Atlântico, em Lisboa, como palco.
O golo de Davi, no prolongamento, decidiu uma partida emotiva e que foi presenciada por cerca de dez mil espectadores, entre os quais Jorge Jesus, treinador da equipa de futebol do Benfica. Joel Queirós e Arnaldo assinaram os outros golos.
Os encarnados, tricampeões nacionais, conseguiram superiorizar-se àquela que é conotada como a melhor equipa do mundo e que se apresentou na capital portuguesa para defender o título europeu.

in Jornal de Notícias, de 25/04/2010

28 fevereiro 2010

Rita Guerra - Eu só Quero

 Rita Guerra é para mim, desde há muito,  a melhor voz portuguesa. E se algumas dúvidas houvessem, o seu novo trabalho "Luar" entrou directamente para o primeiro lugar do top de vendas nacionais.

31 janeiro 2010

Automutilação cresce entre os mais jovens

Automutilação cresce entre os mais jovens
00h30m
HELENA NORte


Criar proximidade e falar abertamente do assunto são estratégias para detectar sinais de perigo e prevenir suicídios e automutilações.
A depressão é a principal causa de suicídio em todas as idades, incluindo os jovens", afirma Daniel Sampaio, autor de extensa bibliografia sobre a matéria e investigador do Núcleo de Estudos do Suicídio do Hospital de Santa Maria, Lisboa. "Há um continuum de sofrimento, de desesperança. Não é por ter uma negativa ou perder a namorada que um jovem se mata. Os suicídios repentinos são excepcionais", sublinha.
Há uma história de tristeza intensa e prolongada, alterações no sono e no apetite, falta de esperança na vida e nos outros, culpa, desespero e, frequentemente, ideação suicida claramente verbalizada. "Entre os que se suicidaram, 70% avisaram que o iam fazer", alerta o psiquiatra, que enfatiza a necessidade de valorizar sempre essas mensagens. Valorizar não significa culpar ou repreender, mas, antes, "criar proximidade". Ou seja, gerar oportunidades para se falar do assunto, sem mitos ou tabus, e estar presente, o mais possível. Pedir ajuda especializada é também aconselhável quando os sintomas se avolumam.
Os sinais de depressão nem sempre são descodificados pelos pais, professores e amigos. São confundidos com a instabilidade emocional característica da adolescência. Daniel Sampaio explica que o comportamento normal distingue-se do patológico pela intensidade e persistência com que se apresenta. "Se um jovem tira uma negativa, não é significativo, mas se tirar quatro ou cinco pode ser. Se de vez em quando, gosta de estar sozinho no quarto é normal, mas se o isolamento social é persistente, pode ser problemático. Gritar numa discussão não é relevante, mas se o jovem grita todos os dias e recusa frequentemente o convívio familiar, pode ser motivo de alarme."
Num contexto de sofrimento e de desesperança quanto ao futuro, perdas, humilhações, rejeições ou fracassos podem ser a gota de água que transborda o copo do desespero e espoletar o suicídio.
Um estudo realizado em 1999, com 800 adolescentes de vários pontos do país, concluiu que um terço dos jovens apresentava ideação suicida. A passagem do pensamento ao acto depende, porém, de vários factores, sendo o suporte familiar e dos amigos um dos mais importantes, sublinha Maria Gouveia Pereira, autora de vários estudos sobre o suicídio na adolescência e professora do Instituto Superior de Psicologia Aplicada/Instituto Universitário.


Conspiração do silêncio
O problema é que apoiar pressupõe valorizar os sinais e ser capaz de falar sobre o assunto. "É mais fácil negar, desvalorizar ou silenciar. Calámos o que nos incomoda", considera a psicóloga. Uma acentuada descida no desempenho escolar é o sintoma mais valorizado pelos pais, mas há outros, igualmente preocupantes, como o isolamento social. "Um jovem que não sai à noite, não arranja problemas, não bebe e não fuma, não suscita preocupações aos pais, mas a falta de amigos, de convívio com pares, pode ser indiciador de que algo não está bem", enfatiza a psicóloga.
A conspiração do silêncio alimenta a ignorância. Duas investigações realizadas em Portugal demonstraram que adolescentes e os professores não sabem reconhecer os sintomas de perigo e, consequentemente, são inaptos para ajudar, sublinha Maria Gouveia Pereira.
Os números oficiais referem uma diminuição da taxa de suicídios em Portugal. Contudo, trata-se de um assunto incómodo. Até para as estatísticas. Em caso de dúvida, é preferível classificar a morte de um jovem como acidental ou devido a causas indeterminadas, mesmo que as circunstâncias - como a queda de um prédio alto ou na via férrea - sejam suspeitas. A realização sistemática de autópsias psicológicas ajudaria a clarificar muitas situações.


Automutilação para aliviar sofrimento
Os suicídios podem estar a diminuir, mas há indicadores de risco que estão a aumentar. É o que acontece com os para-suicídios: auto-agressões, como cortes e queimaduras, infligidas para aliviar sofrimento psicológico através da dor física, mais controlável e, por isso, mais tolerável. "Não há estudos rigorosos sobre os para-suicídios, mas calcula-se que por cada caso que chega às unidades de saúde, haja três que não são conhecidos", de acordo com Carlos Braz Saraiva, psiquiatra que há longos anos estuda a suicidologia e responsável pela criação da Consulta de Prevenção do Suicídio dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).
O único estudo epidemiológico, realizado em Coimbra em 1996, deu conta de uma realidade inquietante (600 casos por cem mil habitantes e por ano), principalmente entre as raparigas dos 15 aos 24 anos. No fim da década passada, uma actualização desses números apontava para um aumento de 25%. O empirismo clínico colabora essa tendência. "Todos os dias, dão entrada na Urgência dos HUC dois ou três casos de para-suicídio, de todas as faixas etárias", refere Braz Saraiva.


Música e suicídio
Outra investigação, realizada no âmbito de uma tese de doutoramento sobre música, morte e suicídio, apurou que 35% dos jovens inquiridos assume ter tido comportamentos de auto-mutilação. Abílio Oliveira, psicólogo social e docente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, estudou 1300 jovens dos 15 aos 19 anos e concluiu que há uma associação entre o gosto por música dita pesada e comportamentos de risco e ideação suicida. Contudo, "não se pode falar de relação de causalidade", enfatiza o autor de Ilusão na idade das emoções, acrescentando que ninguém resolve matar-se por ouvir determinada música ou ler certo escritor.
"Os gostos musicais são um bom indicador dos sentimentos do adolescente, desde que enquadrados no modo como encara a vida e representa a morte, o suicídio e a si próprio" , sublinha Abílio Oliveira. E acrescenta: "Os adolescentes dizem que querem morrer, acabar com tudo, mas na realidade querem é desaparecer daquela vida. Ao tentar a morte, esperam sobreviver e renascer para um sentido para a vida. A morte não é o fim. É um fim".

(in Jornal de Notícias de 31 de Janeiro de 2010)