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27 março 2009


Ai estão elas, as férias da Páscoa. Férias é como quem diz, porque há uns anos a esta parte que não sei bem o que isso é. Estava a pensar este ano passar umas férias algo diferentes mas ...
Aqui neste meu cantinho, lembrei-me de um jogo, que quando era miudo jogava nesta época, jogo esse, que hoje em dia desapareceu por completo. Pelo menos nunca vi os meus filhos a jogá-lo. O jogo do " Reza ". Lembro-me perfeitamente de o jogar. Começava-se a jogar aproximadamente quinze dias antes da Páscoa. Tratava-se de um pacto entre duas ou mais pessoas e ganhava aquela que mais vezes mandasse rezar, desde o início do acordo, até à Páscoa. Normalmente, quem perdia tinha que dar um pacote de amêndoas ao que ganhava. O primeiro que avistasse o outro tinha que o mandar rezar. Já dá para ver o que cada um de nós fazia para se não deixar avistar. Não se podia mandar rezar, sempre que se tivesse debaixo de telha, motivo pelo qual, nessa altura, se andava sempre com um bocado de telha na mão ou debaixo de um boné .
Que bom que eram esses tempos.

13 março 2009

Sexta-feira 13


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É, hoje é dia 13, sexta-feira.
Não sei porque se fala tanto da sexta-feira, 13. É apenas mais um dia que fica situado entre o dia 12 e o dia 14, entre uma quinta e um sábado. Eu não sou supersticioso, um azar se tiver que aparecer, aparece em qualquer dia do ano e a qualquer altura. Não me lembro de nada de mau que me tenha acontecido numa sexta-feira 13, pelo contrário, hoje até que me correu muito bem, apesar de que até à meia noite ainda é dia. Mas bom, bom mesmo, seria calhar-me o euromilhões, ah como seria um dia de azar eheheh!...
Acho muita piada a todos aqueles que numa sexta feira 13 fazem tudo para que nada de anormal lhe aconteça. Uns não saem de casa, outros, antes de sair de casa põe o pé direito fora da porta, e gatos pretos nem vê-los nesse dia ehehe, por acaso até vi, mas foi uma gatinha, outros ainda evitam passar por debaixo de escadas, etc... bom cada um com a sua mania.
Muitas são as explicações, para a sexta-feira 13 ser considerada por muita gente, um dia de azar. De entre algumas há uma muito curiosa. Consta-se que a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.
Já agora sabiam o que é a Triscaidecafobia? É um medo irracional e incomum do número 13. O medo específico da sexta-feira 13 (fobia) é chamado de Paraskavedekatriaphobia ou parascavedecatriafobia, ou ainda frigatriscaidecafobia.

12 março 2009

LI E GOSTEI

De mim para mim

Em Setembro vinham os ventos.
Primeiro de mansinho, suave e mesmo delicadamente. As folhas das árvores iniciavam uma dança, devagarinho, abraçando-se umas nas outras.
Pouco a pouco, os ventos ganhavam força e os movimentos da terra aumentavam cada vez mais, mais e mais.
Os canaviais começavam a zumbir, como um silvo de serpente, daquelas que vinham da lagoa e cirandavam pelas pedras, e quando ouviam algum som enrolavam-se como um novelo de lã.
Os dias de Setembro caminhavam e com eles as cousas ganhavam outras cores e texturas.
Por meados do mês já a mãe natureza estava prenha de gemidos, murmúrios que se iam transformando em gritos.
E as folhagens enlouqueciam, as árvores dobravam-se e retorciam-se como se fossem quebrar-se a qualquer momento.
Era então que nos deitávamos nas pedras cobertas de musgo, o corpo a sentir a terra e os olhos bem abertos e fixos no céu recortado pelas copas das árvores que jogavam connosco às escondidas, ora desciam até quase nos lamberem o corpo, ora se levantavam no céu erguendo-se como gigantes pináculos que quase tocavam o tecto do mundo.
Era então que os ventos transtornavam o emudecimento da terra, esse silêncio prenhe de milhares de sons, dos pássaros aos répteis, das abelhas aos carros lá longe a fazerem-se ao caminho de Lisboa.
De repente, e nos ali deitados na pedra, havia mar por todos os lados!
Ondas gigantes que nos podiam engolir a qualquer momento, ondas que vinham e iam e vinham novamente e o som era mágico, inexplicável, de uma beleza que trazia as lágrimas aos olhos.
Deitados com o frio a furar os casacos de malha, os nossos ossos coziam-se com as pedras procurando o quente da terra.
E hipnotizados pelo mar que de repente surgia acima de nós, bastava fechar os olhos e ouviu os ventos e não havia árvores, não haviam as casas lá em baixo, nem nós, miúdos assustados e entusiasmados e agarrados às pedras, ai que a água nos leva, não havia nada a não ser aquele mar que era apenas som e tudo o mais que quiséssemos sonhar, ali com os olhos fechados, ali presos à nossa infância, a porta aberta para o resto da vida e nós que não queremos entrar.
Ah! O vento nunca mais soou como nesses tempos tão limpos e virgens.
Talvez só naquele dia em que olhei lá para fora, porque um mar de vento me puxava, e puxava.
Talvez, mas estou velha demais. Esqueci os segredos que um dia as Deuses me depositaram no canto do ouvido, como quem deixa cair uma gota de mel virgem.
Agora é tarde. Agora as portas dos mistérios fecharam-se definitivamente para mim.

in:http://luisacastel-branco.blogs.sapo.pt/44516.html

Como sair do fundo de um poço














foto:http://rleite.wordpress.com/2007/05/13/

"Não importa a profundidade do poço, importa que ainda não há terra por cima"
http://www.dannybia.com/danny/msg/c/como_sair_do_fundo_do_poco.htm

Reparem bem como o indivíduo que está fora do poço se ri gozando com a situação!
Interessante não?
No nosso dia à dia encontramos muita gente assim.